32. LAÇOS DE IRMÃOS

˖࣪ ❛ LAÇOS DE IRMÃOS
— 32 —

KIARA. — a voz calma de Carlisle quebrou a tensão. — Estou aqui para te ajudar. Você vai ficar bem.

A lobisomem nem mesmo reconheceu as palavras enquanto se debatia no chão, seu corpo inteiro parecendo estar pegando fogo por dentro. Se ela fosse capaz de pensar, ela teria se perguntado se isso era o que o resto dos Cullen tinha sofrido antes de se tornar o que eles eram - mas ela estava com muita dor para pensar em qualquer outra coisa, exceto isso.

— Carlisle! — Sam advertiu, sua voz rouca com preocupação e autoridade enquanto os três olhavam incrédulos para a cena diante deles enquanto Leah tentava embalar Kiara para ela. Carlisle instantaneamente caiu de joelhos no chão enlameado da floresta, Sam ordenando a Leah que recuasse e saísse do caminho do homem enquanto Sam caía do outro lado de Kiara. Ele estava muito ciente de que havia um risco significativo de Kiara se transformar a qualquer momento, e Carlisle já havia informado a ele que se isso acontecesse, não haveria como salvá-la.

Sam segurou Kiara enquanto Carlisle agarrava seu cinto, envolvendo-o firmemente ao redor da pele intocada que estava ao redor da ferida. Ele fez uma careta quando olhou para as marcas de dentes, sua mente voltando para menos de um ano antes, quando Bella Swan estava na mesma posição.

— Por favor, apenas me mate. — Kiara gritou, a dor correndo por seu corpo como nada que ela já havia sentido antes. Leah virou a cabeça com isso, tentando segurar o soluço que estava descansando em seus lábios desde o momento em que Paul, Sam e Carlisle correram para a clareira. Paul percebeu isso, aproximando-se dela e permitindo que a garota apoiasse a cabeça em seu ombro para evitar ter que olhar para a amiga.

Nunca houve muito amor entre Paul e Leah. Eles eram dois cabeças quentes com pouco cuidado com os outros, dois lados da mesma moeda. Paul sempre disse que Leah nunca havia percebido como sua vida era boa antes de mudar, enquanto a vida dele sempre foi menos do que desejável aos olhos dele. Leah sempre disse que preferia ter um pai caloteiro do que ter um pai arrancado dela sem nenhum aviso como ela teve.

Em outro mundo, Kiara disse uma vez a Sam, ela tinha certeza que eles teriam sido unidos pelo quadril. Se as circunstâncias tivessem sido diferentes e suas vidas estivessem todas entrelaçadas sem toda a dor e trauma que todos passaram, Kiara só esperaria que seus dois amigos fossem amigos um do outro por conta própria.

Carlisle cuidadosamente, mas rapidamente examinou a ferida de Kiara, avaliando a propagação do veneno. Ele sabia que o tempo era essencial e, sem hesitar, ele se inclinou e pressionou seus lábios frios contra a marca de mordida infectada. Paul se encolheu, sua agitação crescendo a cada momento que passava. Seus olhos se fixaram em Carlisle e cerraram os punhos, sua raiva se misturando com sua preocupação por Kiara.

Sam se levantou correndo enquanto empurrava Paul enquanto o menino instintivamente se lançava para arrancar o vampiro de cima da garota. Ele resistiu contra seu alfa por um momento, antes de seus olhos se ajustarem à cena à sua frente e ele perceber que Carlisle não a estava mordendo, mas sim chupando o ferimento em seu braço.

— PAUL, AFASTE-SE! — Sam rugiu em seu rosto, o garoto recuou instantaneamente sem pensar. Não houve muitas vezes em que Sam usou suas capacidades de alfa para comandá-los a fazer algo, mas Paul não estava com raiva dele por fazer isso. Eles só precisavam que Kiara estivesse viva.

— Paul. — Leah sussurrou, sua voz quase inaudível acima do farfalhar das folhas. — Temos que confiar nele. A vida de Kiara depende disso.

Paul olhou para Leah, seus olhos piscando com indecisão e uma pitada de surpresa. Leah era a última pessoa que ele esperava dizer que precisava confiar em um vampiro. Seus instintos protetores estavam em desacordo com sua aversão aos vampiros, mas ele não podia suportar a ideia de perder Kiara. Respirando fundo, ele relutantemente concordou com a cabeça, concordando com as terríveis circunstâncias enquanto observavam o corpo de Kiara começar a reagir a Carlisle.

Kiara gritou mais alto no início quando sentiu outro conjunto de dentes perfurar a ferida já venenosa, mas logo sentiu uma sensação reconfortante quando o veneno foi expurgado de seu corpo. O alívio era palpável, e ela podia sentir sua força retornando lentamente. Leah assistiu ao processo com uma mistura de admiração e ansiedade, insegura de como reconciliar seu medo de vampiros com a visão diante dela.

Conforme Carlisle continuou a trabalhar, o nervosismo de Leah aumentou. Ela sentiu um estranho conflito interno - parte dela queria amaldiçoar o mundo na presença do vampiro, mas outra parte dela reconheceu o ato de salvar vidas que ele estava realizando. Ela não podia negar a evidência diante dela. Carlisle estava salvando a vida de Kiara. Sua mente voltou para aquela conversa que teve com Kiara momentos antes de serem atacadas, e foi como se uma lâmpada quase tivesse piscado em sua cabeça naquele exato momento.

Ela não precisava gostar do que os Cullens eram - mas isso não significava que ela tinha que tratar o grupo de vampiros como se fossem seus inimigos mortais. Vampiros como um todo podem ser, mas ela poderia abrir uma exceção para os Cullens - ou pelo menos Carlisle, de qualquer maneira.

Enquanto Carlisle completava o processo, retirando os últimos vestígios de veneno do braço de Kiara, uma sensação de alívio tomou conta da clareira. A tensão começou a diminuir, e os gritos de Kiara morreram em choramingos menores enquanto todos observavam a cor lentamente começar a retornar à sua pele. O olhar de respeito de Sam e seu breve aceno para Carlisle falavam muito sobre a dívida que eles tinham com ele.

Com a ameaça imediata evitada, Carlisle recuou, permitindo que Kiara recuperasse suas forças. Sam puxou a cabeça da garota em seu colo enquanto a segurava, permitindo que Kiara tossisse e recuperasse o fôlego. Ele olhou para cima, notando como Carlisle havia virado para o lado e cuspiu o sangue que havia se acumulado em sua boca. Ele rapidamente tirou um lenço do bolso, enxugou-o dos lábios e respirou fundo para clarear a cabeça.

Os olhos do vampiro encontraram os de Paul e, por um momento, seus olhares se encontraram em compreensão silenciosa. Havia um novo respeito nos olhos de Paul, reconhecendo o sacrifício que Carlisle fez para salvar Kiara. Paul nem havia considerado a quantidade de autocontrole que Carlisle tinha acabado de mostrar até testemunhar isso.

— Eu nunca pensei que diria isso para um sangue... Um vampiro. — Paul disse, sua voz levemente trêmula enquanto ele se corrigia. — Mas obrigado.

— Você tem minha gratidão, Carlisle. — Sam continuou com um aceno de cabeça, olhando para baixo por um segundo enquanto Kiara se acalmava um pouco. — Entre isso e Jacob, vamos nos lembrar desta noite.

Carlisle inclinou a cabeça em reconhecimento, seu coração aquecido pelas palavras do alfa. Ele esperava que suas ações reduzissem a divisão entre suas espécies, mesmo que apenas por uma pequena medida. Ele se lembrou de sua conversa com Kiara algumas semanas antes, como a garota havia chorado para ele sobre a divisão entre suas espécies ser algo que a estava matando por dentro. Agora, aqui estavam eles - e isso acabou de salvar sua vida.

— É meu dever. — Carlisle respondeu, suas palavras lembrando a todos do trabalho diário que o vampiro realizava em Forks. — Além disso, Rosalie não teria me deixado ver outro dia se eu não tivesse interferido.

Todos eles piscaram os olhos para Kiara enquanto ela gemia, seus olhos se abrindo lentamente. Paul e Leah correram para ela e para o lado de Sam, um de cada lado dela enquanto ela engasgava fracamente enquanto sua energia lentamente começava a retornar. O latejar em seu corpo ainda estava lá, e ela tinha certeza de que definitivamente ainda se sentiria uma merda nos próximos dias.

— Kie?

— Meu pai vai ficar tão chateado.

— Kiara... — Carlisle disse gentilmente. — Vou prendê-la a um soro médico para mantê-la hidratada. Seu corpo pode expelir qualquer traço remanescente de veneno através do suor, então precisamos garantir que você fique bem hidratada para recuperação.

Kiara conseguiu dar um sorriso fraco, grata pela perícia de Carlisle. Ela estendeu o braço e ele inseriu cuidadosamente o soro, prendendo a bolsa de gotejamento ao suporte ao lado da cama que Beverly e Sam conseguiram arrastar para o quarto de Jacob. Não havia muito espaço na sala de qualquer maneira, mas quando os gêmeos pediram para ficar juntos, ninguém teve coragem de dizer não depois de tudo que eles passaram no espaço de poucas horas.

— Obrigado, Carlisle. — Sam murmurou enquanto observava Kiara e Jake inspecionar o soro que agora estava em seu braço. — Eu realmente aprecio tudo o que você está fazendo por eles.

Carlisle assentiu tranquilizadoramente. — É meu dever como médico ajudar os necessitados, Sam. Eles são fortes, e com suas habilidades de cura aprimoradas e cuidados adequados, acredito que eles vão se recuperar totalmente em pouco tempo.

Enquanto isso, Jacob já estava sentado em sua cama ao lado de Kiara, seus ossos foram restaurados com sucesso por Carlisle e Beverly. Ele tentou se aproximar um pouco mais de Kiara, mas estremeceu de dor, as bandagens em seu torso se flexionaram um pouco quando os olhos dela caíram para olhar para os hematomas extremos que adornavam sua caixa torácica.

— Você está bem, Jake? — Kiara perguntou, sua preocupação evidente em seus olhos.

— Sim, estou bem. — Jacob resmungou de brincadeira. — Só um pouco dolorido, só isso.

— Eu compararia o que ele passou a ser atropelado por um caminhão de vinte toneladas. — Beverly brincou de volta, com um sorriso suave no rosto quando ela entrou na sala. Ela passou a Kiara uma lata de refrigerante com um sorriso, ignorando o olhar de desaprovação de Carlisle para a bebida, antes de se virar e oferecer uma para Jacob também.

A vampira e a lobisomem nunca passaram muito tempo juntas, mas havia um entendimento mútuo que havia se formado entre elas. Rosalie e Kiara estavam predestinadas juntas, então a dupla teria que passar muito mais tempo juntas, gostassem ou não - então ser civilizada foi um bom começo.

— Obrigado. — Jacob respondeu, seu tom genuíno quase fazendo Kiara brilhar de alegria. Eles estavam finalmente alcançando o mínimo necessário. Seus olhos voltaram para a bandagem que agora descansava ao redor da mordida de vampiro de Kiara. — Isso vai cicatrizar?

— Sim. — Kiara respondeu, o entusiasmo não tão evidente em sua voz agora. — Assim como o que está no meu pescoço.

Jacob riu, concordando com a cabeça. — Bem, você sabe o que eles dizem, mana. Cicatrizes de batalha nos fazem parecer durões.

— Acho que agora teremos uma história para contar ao bando. — disse Kiara com uma pitada de diversão, o alívio a inundando enquanto Jacob tentava tornar a situação um pouco mais alegre e menos deprimente. — Ser atacada por vampiros, não uma, mas duas vezes, deve ser a primeira vez.

Sam, que estava observando em silêncio, finalmente falou. Os gêmeos estavam brincando, mas ele queria deixar muito sério que isso não era algo engraçado. Ele sabia que eles sabiam da gravidade da situação, mas às vezes se perguntava se eles realmente não entendiam o trauma que esta noite os prenderia por muito tempo.

— Não é todo dia que o bando participa de uma batalha de vampiros, com certeza. — ele brincou de volta, antes de seu tom ficar um pouco mais sério. — Vocês dois tiveram sorte de contar com a intervenção oportuna de Carlisle.

— Pelo que, eu não sei como vou te pagar.

As cabeças de todos se viraram para olhar para onde Billy Black estava posicionado na porta. Kiara e Jacob estavam muito ocupados comparando seus ferimentos de batalha para perceber que seu pai havia entrado em seu quarto, muito menos perceber que ele estava na casa.

— Bem, eu conheço um começo. — Jacob respondeu, sua voz um pouco tensa enquanto ele olhava entre seu pai e sua irmã. Havia uma tensão silenciosa no ar, e Kiara sentiu-se um pouco desconfortável com a maneira como Jacob estava arrastando o que quer que estivesse prestes a anunciar. — Rosalie pode vir e ver Kiara?

Sam trocou um olhar com Billy, deixando o homem tomar a decisão sozinho. Sam estava bem com a impressão cruzando a linha do tratado para ver Kiara. Ele já havia deixado isso perfeitamente claro em sua última reunião com os anciãos, apesar de suas queixas com a declaração. Beverly e Carlisle trocaram um rápido olhar de surpresa com a declaração de Jacob, sentindo como se estivessem no meio de algo que realmente não queriam estar.

Houve uma pausa dolorosamente longa, então Billy assentiu.

— Acho que deve ficar tudo bem. Contanto que Rosalie não traga nenhum convidado indesejado, ela é bem-vinda para uma visita.

Jacob sorriu, olhando para Kiara. — Bem, mana, parece que você vai receber uma visita de uma admiradora.

Kiara afastou o braço de Jacob dela, observando enquanto Carlisle e Beverly saíam da sala com Sam bem ao lado deles. Seu pai parou na porta por um minuto enquanto ia rodar atrás deles, seu olhar demorado nos gêmeos com profundo pesar e tristeza.

Enquanto uma parte dela queria guardar rancor, odiá-lo pela forma como ele agiu, ela não podia. Porque quando Kiara olhou para ele, tudo o que ela viu foi o homem que sozinho montou uma barraca para ela no jardim dos fundos quando ela estava muito triste para dormir na casa onde sua mãe havia dormido, o homem que a segurou enquanto ela chorava quando seu primeiro namorado a largou.

E enquanto Billy Black quase perdeu seus filhos para realmente entender isso, Kiara não pôde deixar de lançar um pequeno sorriso para ele quando ele olhou para eles mais uma vez. E pela primeira vez em muito tempo, seu pai sorriu de volta.

— Tenho boas notícias. — Carlisle começou, com uma pitada de orgulho em sua voz. — Bree mostrou notável autocontrole durante seu treinamento. Ela tem resistido excepcionalmente bem ao cheiro de humanos, mesmo quando Bella estava por perto.

Jasper levantou uma sobrancelha em surpresa. — Isso é impressionante. Não são muitos recém-criados que conseguem controlar a sede com tanta eficácia.

— É realmente incomum. — Carlisle concordou. — Seu dom parece ser um excelente autocontrole, o que é uma habilidade notável para um vampiro recém-criado.

Foi Alice quem disse a Carlisle que ela seria um membro de seu coven. Esme ficou aliviada com esta notícia, tendo tomado a decisão de poupá-la durante a batalha depois de perceber que ela era apenas uma jovem assustada e não uma assassina cruel que os outros recém-criados haviam sido moldados.

Edward ficou muito surpreso quando Jane anunciou que eles poupariam a vida de Bree - não esperava que os Volturi mostrassem tanta humanidade. Ele supôs que era um aviso para eles, de que eram eles que decidiam quem vivia e quem morria.

De certa forma, Edward tinha certeza de que era a maneira dos Volturi de deixá-los saber que Bella precisaria ser transformada em breve. Ele ouviu os pensamentos de Jane sobre como Bree acharia difícil resistir a rasgar Bella membro por membro, e que se eles tivessem sorte, ela faria isso por eles. Ele não mordeu a isca, sabendo que Jane estava rezando para que ele reagisse às imagens gráficas que ela estava enviando para ele. Edward levou Bella direto para a residência Swan, deixando Rosalie, Alice, Jasper, Esme e Emmett levarem a jovem vampira de volta para sua casa.

Além disso, nas visões de Alice, ela tinha visto Bree e Bella correndo lado a lado como vampiras. Isso por si só era evidência suficiente para Edward confiar que eles estavam fazendo a coisa certa ao trazer Bree de volta com eles. Ele não queria que Bella se tornasse uma vampira, mas isso já estava combinado. As visões de Alice mostravam Bree levando uma existência gratificante, vivendo harmoniosamente ao lado dos Cullens, e talvez até encontrando companhia própria - embora essa parte parecesse um pouco mais confusa do que o resto.

Na noite em que ela foi trazida de volta, ela mal falou uma palavra. Ela se encolheu a cada ruído, contraindo-se sempre que algum deles se movia. Carlisle havia dado a ela um saco de sangue de veado, e todos ficaram surpresos com a velocidade com que ela o devorou. Rosalie sentiu uma pontada no peito ao olhar para a garota, muito consciente de que esta não era uma vida que ela havia escolhido para si mesma.

Mais tarde naquela noite, enquanto a família se reunia em volta da lareira, Bree se abriu hesitante sobre seu passado. Ela contou como tinha sido uma adolescente comum, sem saber da existência de vampiros até ser transformada pela própria Victoria. A inocência de Bree foi arrancada dela, e ela foi forçada a uma vida de violência e sede de sangue em segundos.

Ela contou a eles como Victoria e Riley os deixaram com fome de sangue, e como o exército teria sido muito maior se eles não lutassem entre si como selvagens. Através de sua história, os Cullen vislumbraram o trauma que ela sofreu e o profundo impacto que isso teve sobre ela.

Foi decidido que ela ficaria, e Carlisle tinha falado em particular com Sam sobre o novo empreendimento depois que ele colocou Kiara e Jacob em seu espaço de recuperação no quarto de Jacob. O alfa não ficou feliz com isso, mas Carlisle o lembrou que Sam havia dito ao vampiro que ele tinha uma grande dívida com eles. Carlisle havia feito o acordo final: permitir que Bree existisse do lado deles da linha do tratado sem chamá-lo de quebra de tratado, e eles estariam quites com ele salvando os gêmeos.

Esse era um acordo que Sam não queria recusar. Ele estava grato por o homem ter salvado os gêmeos, mas não queria ficar em dívida com um vampiro. Um negócio fácil, aos olhos dele, desde que Bree ficasse longe do sangue humano. Uma infração, e ela seria um jogo justo para o bando.

Emmett, o membro jovial e fisicamente forte do coven, gostava particularmente da presença de Bree. Ele encontrou conforto em seu comportamento tranquilo, o que ajudou a equilibrar sua natureza mais exuberante. Essa nova amizade foi benéfica para ambos, pois ensinou a Bree o valor da camaradagem e a importância de formar conexões com outras pessoas. Beverly gostou de ver o marido tirar a menina mais nova de sua concha no espaço de alguns dias, e ficou feliz em ver que uma das duas pessoas com quem ela mais se importava no mundo estava prosperando.

Rosalie... Aquela era uma situação diferente.

Rosalie Hale estava sentada em um dos sofás brancos de pelúcia, seus olhos dourados distantes enquanto ela girava distraidamente uma mecha de seu longo cabelo ondulado. Ao lado dela, sua irmã adotiva, Alice, a observava atentamente, seus olhos escuros cheios de preocupação.

— Rose, o que está incomodando você? — Alice perguntou gentilmente, colocando uma mão reconfortante no ombro de Rosalie.

Rosalie hesitou por um momento antes de finalmente falar, sua voz tingida de vulnerabilidade. —É Kiara. Ainda não fui vê-la.

As sobrancelhas de Alice franziram em confusão. — Mas por que não? Você está muito preocupada com ela. Você deveria ir ver como ela está.

— Ela está preocupada que Kiara a odeie. — Beverly interrompeu, fazendo com que Rosalie lhe lançasse um olhar zangado enquanto falava sobre seus negócios na frente de toda a família. Emmett e Bree estavam lutando do lado de fora, mas o resto estava definitivamente escutando.

Alice respirou fundo, contemplando suas palavras cuidadosamente.

— Rose, você não pode se culpar pelo que aconteceu. Nenhum de nós poderia ter previsto que Jacob ou Kiara seriam atacados - nem mesmo eu. Você fez tudo o que pôde para protegê-la. Kiara sabe disso, ela sempre sabe.

Rosalie suspirou, seus dedos traçando distraidamente o padrão na almofada do sofá. — Eu sei, mas é difícil não se sentir culpada. Não posso deixar de pensar que se eu não a tivesse trazido para o nosso mundo, ela não teria que passar por toda essa dor e perigo.

— Às vezes, acontecem coisas que estão além do nosso controle. — Alice disse suavemente. — Mesmo que Kiara não estivesse destinada a esta vida desde o nascimento, ela provavelmente teria seu gene lobisomem ativado com a chegada do exército de recém-criados. Mas você não pode deixar que o medo o impeça de estar lá para ela agora. Ela precisa de você, Rose, mais do que nunca.

Rosalie olhou para Alice, seus olhos procurando por segurança. — Você realmente acha isso?

Beverly sorriu calorosamente, sua mão apertando gentilmente o ombro de Rosalie enquanto Rosalie olhava entre ela e Alice. — Nós sabemos disso. Apenas lembre-se, almas gêmeas estão ligadas por algo mais profundo do que os eventos do passado. Os sentimentos de Kiara por você como sua marca vão muito além de qualquer culpa ou ressentimento, você poderia dizer a ela para ficar longe para sempre e ela faria isso. de amor. Ela ama você, Rose, e você precisa estar lá para sua cura.

— Jacob até perguntou a Billy se você poderia visitá-la, e Billy disse que sim. — disse Beverly, fazendo com que Rosalie erguesse os olhos completamente surpresa. — Agora, vá até ela. Ela precisa saber que você está ao lado dela.

— Kiara, você tem uma visita. — Billy anunciou enquanto abria a porta da frente, um pequeno sorriso nos lábios ao ver a loira que estava parada na varanda. Rosalie acenou de volta, incapaz de sorrir para o homem depois de tudo o que aconteceu no mês passado. — Estou feliz que você esteja aqui, ela estava começando a ficar preocupada que você a odiasse.

— Eu nunca poderia odiá-la. — Rosalie respondeu sem hesitar, agradecendo a Billy quando ele a apontou na direção do quarto de Kiara. Ela olhou em volta para a pequena casa enquanto passava pelo quarto de Jacob - vagamente consciente do cheiro característico de Bella que permanecia lá dentro. Ela sabia que a humana tinha ido visitar o menino, mas ela não se importou o suficiente para ouvir.

Finalmente, Rosalie alcançou a última porta do corredor que ela sabia sem questionar que era o quarto de Kiara. O fraco zumbido da música do outro lado a lembrou do verão que passaram juntas, muito antes de Kiara ser exposta aos horrores do mundo sobrenatural. Seus dedos pairaram sobre a maçaneta da porta, sem saber se batia primeiro ou apenas entrava.

Sem hesitar, Kiara abriu a porta no momento em que Rosalie finalmente alcançou a maçaneta. Elas ficaram paradas ali, por um momento congeladas no tempo, enquanto seus olhos se reconectavam pela primeira vez no que pareceu uma vida inteira para Kiara. Ela se moveu para o lado para que Rosalie pudesse entrar no quarto, fechando gentilmente a porta atrás dela enquanto a garota passava por ela.

— Sinto muito, eu deveria ter vindo...

Rosalie foi interrompida quando Kiara lançou seus braços firmemente ao redor da garota, enterrando a cabeça em seu ombro e segurando-a com força. Os braços de Rosalie envolveram a cintura de Kiara assim que ela sentiu seu toque, sua cabeça descansando contra o lado de Kiara enquanto elas balançavam um pouco no lugar.

— Eu não me importo, você está aqui agora.

O abraço delas durou, como se nenhuma das duas estivessem dispostas a desistir por medo de perder o precioso momento. Naquele momento de reencontro, o tempo pareceu parar enquanto elas se abraçavam, seus corações batendo em harmonia mais uma vez, e o mundo ao seu redor se tornou insignificante, deixando apenas seu amor, reacendido e mais forte do que nunca. Rosalie fungou um pouco, inalando o cheiro que ela havia se acostumado e torceu um pouco o nariz enquanto se afastava, um brilho presente em seus olhos.

— Oh meu Deus, você precisa de um banho.

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